O MAR EM MIM
Sinto como se em mim morasse o mar
Águas manhosas, que mudam de cor
De tom, de sabor.
Uma inconstância de humores!
Ora revolto, de águas bravas
que me salgam a vida
Ora doce,
como se molhasse minhas
lembranças e levasse a dor
Às vezes o mar está de ressaca e
me deixa em paz.
Consigo então me esquecer de sua existência,
permanente e contida em mim mesma.
Dizem que um dia o mar seca
para desaguar em outros
Enquanto não chega,
espero de olhos marejados, o instante.
(30 de julho 2008)