6.30.2008

Sobre Fragmentos e Desencontros

A recepção dos belo-horizontinos em uma apresentação do espetáculo "Corpo, Carne e espírito", co-produção Alemanha/ Brasil, que esteve em cartaz no Festival Internacional de Teatro (BH), não foi das melhores. Em 20 minutos de peça o público começou a se inquietar nas cadeiras, a dispersar em pequenos rumores, e aos poucos, o auditório do Teatro Klauss Vianna foi se esvaziando.

Para os dispostos à fruição de uma obra teatral, a frustração foi maior, porque a produção trazia música contemporânea e vídeo. Um tanto questionável para um Festival de Teatro. No palco, telões projetavam um homem e uma mulher, nus, em movimentações descompromissadas com a construção de um sentido cênico, alternados com imagens de paisagens do urbano, como bueiros, calçadas. Às vezes os espectadores era surpreendidos com a imagem de um cachorro correndo e algumas samambaias. Tudo caminhando para o "no sense" completo.

Em diálogo com o vídeo, uma peça contemporânea que explorava os recursos da música eletroacústica em consonância com a erudita. A composição é do músico brasileiro Paulo Chagas, discípulo do renomado compositor alemão Stock Housen. Mesmo assim, Paulo deixou a desejar. Em vez da execução de uma obra contemporânea, o público foi testemunha de fragmentos musicais: em cena três cantores líricos, uma pequena orquestra de cordas e um percussionista, sob regência do próprio Chagas, realizavam ambiciosas tentativas de diálogo sonoro com as imagens em vídeo, e criavam uma duvidosa atmosfera de suspense, que nada suspendia.

Já que "fragmentar" está na moda, cada elemento da engrenagem artística de "Corpo, Carne e Espírito" tinha o seu momento solo: primeiro o vídeo, em seguida, os cantores, depois um solo de violino, afinal a orquestra e nada se encontrava para construir um significado maior. As vozes da cena pareciam sozinhas e a falta de objetivo cênico cansou os espectadores que eram cada vez menos.

E como nada acontecia, os melhores momentos, que esboçavam uma possível teatralidade, eram as intervenções ao vivo dos cantores que, diante de uma câmera instalada no palco, tinham seus gestos expressivos e caretas, projetadas nos telões. Era a hora em que o público, que ainda restava na sala de teatro, saía da monotonia para dar algumas risadas vazias.

6.24.2008

"Cleópatra" de Bressane

Júlio Bressane sabe para quem faz o seus filmes e "Cleópatra" é uma das obras primas do cinema brasileiro. No entanto, recebeu três premiações no Festival de Brasília sob vaias. Em um cinema de Belo Horizonte, no dia da estréia, um dos três casais que se encontrava na sala levantou-se após um ostensivo e demorado closed de uma "vagina" maquiada. Agressivo? Talvez. Mas um dos melhores filmes do ano.

6.11.2008

Nascimento

A Casa da Atriz nasce em 11 de junho de 2008, às 15h40.
Um espaço que convida à reflexão sobre a arte e a comunicação.
Seja bem-vindo (a)!