2.18.2010

Mais uma batalha

Quando pensou falou. Como fogo em estágio último de expansão, como água quem nem espera para entrar em ebulição. São instantes para evitar a explosão ou deixar que ela se espalhe. Escolhe sempre a força e a intolerância realçada com as propriedades do metal. Não escuta, não exerga, não vê. Acoado é um bicho que reage por instinto sem conter e derrama tudo. Não guarda nada. Depois se encolhe, cansado, triste. Perdeu mais uma batalha!

2.09.2010

Impasse

Nas ciladas que a vida traz!
A atriz encheu-se de borboletas
E pôs-se alheia a sonhar...

Véspera de Yemanjá!

Sob à luz cheia da lua, elas cantam e dançam para a mãe Yemanjá. É hora de circular!
É lua cheia, Yemanjá, rainha do mar!
Minha madrinha, deusa do milho, traz alimento, semeia disciplina.
Sou mulher em expansão!

2.01.2010

Ofício

Eu me preencho de sonhos incompletos, de fragmentos do cotidiano, de falas, de olhares, de instantes, do subjetivo para a criação. O homem e sua fonte riquíssima e inesgotável de contradições. Meu ofício prescinde vocação para imaginar, para ser incoerente, para me apaixonar pela humanidade. Se for necessária a visão absoluta, cheia de compartimentos e repartições, a criação se esgota. Se não for possível multiplicar as facetas, as perspectivas, as possibilidades, não há sentido em produzir arte, não há graça em viver a vida. Que mania de achar que há regras para tudo, que não há deslocamentos, que tudo tem um devido lugar. O que é devido? Pare de se desculpar e simplesmente aprecie, observe, deixe o caos se instalar docemente. Permita que o sublime tome as proporções do grotesco. Não há controle na criação, não há controle na vida. Há condução. Persigo a imperfeição, persigo a humanidade.