4.30.2009

Antes do Adeus

A espera é uma sensação de suspensão infinita. O corpo não se dilui no espaço. É um bloco rígido, amarrado, coberto de angústias, sustentado pela expectativa.

É estranho saber não nos termos amanhã, quando o corpo se acostuma ao cheiro e ao sabor da convivência.

Faz-se urgente querer sorver intensamente cada último instante para impregná-lo nas ranhuras da pele, como se pudesse retê-lo para sempre.

É como se a sensação suave de acordar ao seu lado e contemplá-lo dormindo se desmanchasse para sempre no ar e o que resta agora são fragmentos soltos e incompletos de uma vida a dois.

(24 de setembro 2008)