11.30.2009

Dentro de mim...

Entristece dentro de mim. Meu amor por você envelhece. Espera um sinal, que nunca vem, e se aborrece. Tanto fez para permanecer jovem e o tempo levou tudo. Um amor maduro, ainda desejoso de existir, resiste sem alimento. Mas aos poucos se cansa, perde a cor e o frescor. De súbito, o amor empalidece. Sinto que começo a me esquecer de você! Dentro de mim, meu amor desfalece e com ele minhas lembranças. Resta pouco mais que vestígios. O amor anuncia que vai morrer em breve. Eu tenho medo. E quando chegar o momento, ele não deixará rastros. Será como se nunca tivesse existido. E mesmo assim, nada mudou em você. Permaneço a escutar o seu silêncio...

Link: Trecho "Hiroshima Meu Amor" de Alain Resnais

11.29.2009

...!

A insustentabilíssima leveza grave suspensa, complexa e movente de ser mulher...
Atenção! Mulher em expansão!

11.21.2009

O que resta sou eu

Dois meses e duas semanas. Pensou que não seria mais a mesma. Pensou que ela fosse dois agora. E no entanto, fluiu para o seu repouso, chegou para o seu alívio: sensação de leveza após dias em tormento.

11.17.2009

"O Sono" de Courbet



O sono é grave depois do amor...

11.14.2009

Uma Piada de Palhaço

Que tola! A atriz foi ludibriada em cheio pelo farsante. Logo pelo Palhaço? Quanta ingenuidade! Ela que nem queria mais viver entregou o que restava do frágil coração, por algumas horas de ilusão, logo para quem. A quem mais daria também? Ao domador? Ao Mágico? Não, ao Palhaço, claro! É uma tipologia perigosa, mas irresistivelmente simpática e fascinante. Ele leva flores, apresenta uma vida saborosa - cheia de poesia, aventuras, cheiros da noite e borboletas no jardim. Constrói um verdadeiro circo para convencer a atriz de que o seu mundo é adorável, e de-repente, com a mesma intensidade e traquejo, some sem deixar rastros, sem jamais dizer adeus. (Piada mais sem graça, viu?)

Celinha - A Grande

Minha irmãzinha do meio não tem nada de inha. Celinha é um apelidinho só para constar. Minha irmã é pois sim grande em tudo: nas mãos, nas coxas, nos pés, nos braços, nas gargalhadas escandalosamente deliciosas, nos assaltos à geladeira, na graciosa beleza renascentista que faz inveja aos quadros de Michelangelo, nas manhas, nos tropeços charmosos e no coração, que de tão imenso, não cabe dentro dela e fica por aí derramando pedacinhos de marcela, enchendo a gente de carinho e de sua estonteante grandeza. Te amo, minha linda e grandiosa irmã!

A Caçula

Ela veio tão serena, que só podia ser Helena. Quando nasceu, o que chegou na frente foi a boca, imensa! (bem feitinha que só vendo). Depois aqueles olhos brilhantes e atentos, que como dois radares, a tudo percebiam. E mesmo com tantas saliências, a menina escolheu o silêncio. E seguiu assim: olhando a densidade das coisas e calando a protuberante boca, para guardar os segredos do mundo.

11.08.2009

Para quem já provou do abismo...

E por pouco entregou novamente, as mãos, os pés, o coração, os últimos lampejos de sensatez, viu tudo cair em falso. Por pouco, os olhos brilhantes, os frios inconstantes, o corpo aquecido e palpitante. Por pouco, tudo por pouco. Para quem já provou do abismo, melhor mesmo é contemplar a paisagem. (até a próxima queda!)

11.01.2009

Campos de Elfo

No último dia de outubro, o Elfo está à solta. É a noite dele e de outros, as criaturas do imaginário de Borges. Eles vêem aí. A cabeleira e olhos de fogo. São sedutores. Não volte o olhar ou será arrebatado como eu. Nos campos de Elfo, os caminhos são irreversíveis, e as possibilidades, infinitas.