10.03.2009

Amantes Suspensos

Há pouco fez um ano que não te vejo.
Quem será você agora?
Não te imagino mais perambulando por minha vida.
Porque eu não sou mais aquela e
você deixou de ser esse para quem escrevo.
Rasgo o papel! O que dizer, quando as horas, os dias...? O tempo correu impetuoso.
Quando te encontrar, o instante vai falar por si mesmo; revelar a estranheza de ambos. Ele dispensa palavras. O que resta é a contemplação do frescor e do que passou, que por um momento habitam juntos em nosso olhar.
Quero beijar-lhe a nuca, a boca e cada olho seu, assim como Virgília ao ver retornar Coriolano.
Prevejo esse instante sem nada saber: intenso e vibrante, como deve ser o encontro de amantes suspensos.